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Mostrando postagens de 2004

Desigualdade diminui com renda menor para todos

Chico Santos Do Rio (valor economico) O mercado de trabalho no primeiro ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi marcado por um fato extremamente negativo: uma queda de 7,4% no rendimento médio real, o pior resultado anual desde a queda de 19% registrada em 1990, primeiro ano de governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Foi o sétimo ano consecutivo de queda da renda do trabalho, o que já resulta em uma redução acumulada de 18,8% desde 1997. O mau resultado de 2003 foi atenuado pelo fato de a renda dos que ganham mais ter encolhido mais do que a dos que ganham menos. Enquanto a metade da população que ganha mais perdeu 8,1%, a metade que ganha menos perdeu 4,2% segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2003, divulgados ontem pelo IBGE, Como conseqüência do achatamento desigual, houve uma melhora na distribuição de renda. O Índice de Gini, que mede o grau de desigualdade, passou de 0,563 para 0,555, o que representa um m

Educação de Fachada

Esta notícia que saiu na revista época mostra um pouco da realidade da educação do nosso povo. Vejam um pequeno trecho da notícia: "Apesar de apenas 2% da população brasileira ser completamente analfabeta em matemática, 29% dos brasileiros só conseguem ler preços, ver a hora, anotar números de telefone e verificar calendários. Em 2002, o percentual de analfabetos em matemática era de 3% e o grupo que só sabe o mínimo somava 32%. " Em outras palavras, existe um abismo entre a verdade e os números oficiais divulgados pelo governo. Só reforça o fato de que ainda temos muito chão pela frente e não devemos nos acomodar com as conquistas dos ultimos 10 anos em termos de educação.

Cresce repercussão política da morte de sem-teto

Amigos, As mortes dos moradores de rua em Sao Paulo são um retrato cruel da injustiça social. Mostra até que ponto vai o ódio, a raiva dos que se sentem ameaçados, ironicamente, pelos que nada tem. O crescimento da riqueza e da concentração de renda de poucos tem como consequência do lado oposto o aumento da miséria. A sociedade Brasileira está rompendo mais uma etapa para baixo na sua degradação social. Mais rica e excludente cidade do Brasil mata moradores de rua El Pais Juan Arias No Rio de Janeiro A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, do Partido dos Trabalhadores, decretou nesta segunda-feira (23/08) três dias de luto na cidade por causa da matança de mendigos que, desde a última quinta-feira, vem ocorrendo no centro da cidade, com um balanço de seis mortos e nove feridos graves. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, enviou para representá-lo na manifestação popular de protesto que ocorreu neste domingo, diante da catedral da Sé, o ministro da Justi

Conheça a Zilda Arns a mãe dos pobres do Brasil

Deu no El Pais..... Médica faz campanha pela nutrição acentuando valor da cidadania Especialista em pediatria, com 70 anos, Zilda Arns ficou viúva com seis filhos aos 43 anos. Fundadora e responsável pela instituição Pastoral da Criança, uma das organizações mais importantes do mundo no campo da saúde, nutrição e alfabetização, nas regiões de maior miséria, sua liderança lhe valeu seis prêmios internacionais, entre eles o prêmio Heroína da Saúde Pública das Américas (Opas) e 59 nacionais. Sua organização conta com um exército de 241 mil voluntários, distribuídos em 36.258 comunidades em 3.757 municípios do Brasil e com 7 mil equipes de coordenadores. Quando começou seu projeto havia municípios nos quais o índice de mortalidade infantil era de 129 por mil. Hoje no Brasil a média é de 29 por mil, embora nas comunidades da Pastoral da Criança tenha baixado para 15 por mil. Não é uma atriz de telenovela nem uma apresentadora de televisão, nem uma cantora famosa, mas Zilda A

Pobreza do Brasil não inibe ostentação dos ricos

Era do presidente-operário marca boom do mercado que vende luxo Raymond ColittEm São Paulo Financial Times 10/08/2004 A pequena distância de algumas das favelas mais pobres e violentas do mundo, clientes bebem champanhe e admiram os últimos anéis de diamante importados em uma requintada joalheria. No elegante bairro dos Jardins, em São Paulo, estão se abrindo diversas butiques de renome internacional, em um "boom" de produtos de luxo que está conquistando a maior economia da América do Sul."O Brasil tem sido um dos mercados de rápido crescimento mais consistente para nós -está entre os dez maiores do mundo", diz Freddy Rabbat, diretor-executivo da Mont Blanc, exclusiva fabricante suíça de canetas.A economia brasileira cresceu nos últimos cinco anos apenas 1,5% ao ano, em média. Mas o mercado de produtos de luxo cresceu 33% por ano em termos reais, ajustados à inflação, segundo a consultoria de produtos de luxo MCF. Um dos motivos é que os bens de luxo importad

Prioridade retórica: Investimento em educação cai 58% desde 95

Conclusão é de estudo sobre a aplicação da União feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Investimento em educação cai 58% desde 95 LUCIANA CONSTANTINO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Em meio às discussões do governo para planejar o Orçamento de 2005, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) finalizou um estudo que lança luz sobre os gastos da União com educação nos últimos oito anos, apontando um cenário de perdas. Os investimentos do Ministério da Educação no período diminuíram 57,8%, passando de R$ 1,874 bilhão gasto em 1995 para R$ 790,703 milhões no ano passado -em valores atualizados pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços), da Fundação Getúlio Vargas de maio de 2004. A queda não foi ininterrupta. No primeiro ano da gestão Luiz Inácio Lula da Silva, houve um crescimento de 127,4% nos investimentos em relação ao último ano de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso. Ainda assim, em valores absolutos, faltou mais de R$ 1 bilhão para chegar ao patamar de 1995.

voce nem percebe....

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Acho que não é preciso dizer mais nada. A foto diz tudo. click na foto para ler o cartaz.

os benefícios do biodiesel para a inclusão social

Estudos indicam que a cada 1% de substituição de óleo diesel por biodiesel produzido com a participação da agricultura familiar podem ser gerados cerca de 45 mil empregos no campo O tema é o primeiro a ser discutido em profundidade pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados. ‘Biodiesel e inclusão social’, de autoria do deputado federal Ariosto Holanda, constitui o número inicial da série Cadernos de Altos Estudos, publicada pelo conselho. A publicação baseia-se na videoconferência e exposição feita pelo parlamentar em novembro de 2003. Os eventos reuniram ministros, parlamentares, empresários, pesquisadores, intergrantes de ONGs, entre outros. Segundo o documento, o Brasil tem todas as condições de se tornar um grande produtor de biodiesel, por ter um enorme potencial de biomassa para fins energéticos. O capítulo ‘Motivações para a produção de biodiesel’ mostra que a produção do combustível poderá gerar um grande número de empregos e r

Para onde está indo o dinheiro

Esta notícia aparentemente não está relacionada à exclusão social, mas só aparentemente. Ela mostra claramente para onde a renda da população brasileira está sendo transferida, sem nenhum retorno social, pelo contrário. Para concluir o que estou dizendo basta ver a origem de um lucro tão exorbitante de um representante do sistema financeiro: Tarifas e títulos públicos. Leia-se a política de juros alto perseguida pelo governo. Ao comentar o ganho com as tarifas o banco esconde o quanto as tarifas bancárias subiram nos ultimos 10 anos. Alguns números indicam mais de 3.000% de aumento. Sem nenhuma regulamentação do governo. ********************************** Lucro do Bradesco cresce 21% no 1º semestre SANDRA BALBI DA REPORTAGEM LOCAL O lucro líquido do Bradesco cresceu 21% em relação ao primeiro semestre de 2003 e totalizou R$ 1,250 bilhão. Foi o terceiro melhor resultado semestral do banco desde 1987, segundo levantamento da consultoria Economática. O maior lucro anterior fo

Elite ocupa até 1/4 das vagas na rede pública

ANTÔNIO GOIS DA SUCURSAL DO RIO A idéia de que na escola pública só estudam pobres é desmentida por uma pesquisa do projeto Gestão para o Sucesso Escolar, realizada com 26 mil alunos de 200 escolas públicas dos Estados de São Paulo e Santa Catarina. O estudo -de iniciativa dos institutos Gestão Educacional e Protagonistés- mostra que, na 8ª série dessas escolas, a presença de estudantes das classes A e B, de maior poder de consumo, é maior do que a das classes D e E. Segundo a pesquisa, 26% dos estudantes da 8ª série fazem parte das classes A e B, enquanto 22% são das classes D e E. Na 4ª série, a proporção de alunos da elite também é significativa (20%), mas inferior à de mais pobres (29%). Para chegar a essa conclusão, a pesquisa usou o Critério Brasil, padrão usado pelo mercado publicitário para avaliar o poder de consumo da população. O critério não leva em conta apenas a renda familiar, mas também a posse de bens e outras características. Em ambas as séries, a pesquisa mo

CÍRCULO VICIOSO

Editorial da Folha O modelo macroeconômico, adotado desde a desvalorização do real, em janeiro de 1999, continua revelando seus limites. A política econômica foi ancorada em três pilares fundamentais: taxa de juro elevada (16% ao ano) para atingir a meta de inflação de 5,5% em 2004; superávit fiscal (excluindo juros) de 4,25% do PIB para conter a explosão da dívida pública (56% do PIB); taxa de câmbio flutuante, com livre mobilidade dos capitais, a fim de fechar as contas externas. Esses pilares têm funcionado mais para assegurar a estabilização da economia do que para fomentar a produção e o investimento, numa dinâmica apelidada de "vôo da galinha": crescimento baixo e de curta duração. Os surtos de expansão recentes foram abortados pelo "apagão" da energia, em 2001, por restrições do setor externo, em 2002, e pelas taxas de juros elevadas, em 2003. Agora, quando a economia doméstica começa a emitir sinais de reaquecimento, o Comitê de Política Monetária do Banc

RENDA E EDUCAÇÃO

Editorial da Folha Quando se cruzam estatísticas relativas a renda, hábitos familiares e padrões de consumo com o desempenho escolar é possível observar alguns aspectos do modo como a pobreza se reproduz na sociedade. São interessantes, nesse sentido, os dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) relativos ao Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Os alunos responderam a questionários socioeconômicos, cujos resultados fornecem conclusões sugestivas -ainda que relativamente previsíveis. Estudantes de famílias com renda até um salário mínimo por mês, por exemplo, têm média na prova objetiva do Enem de 38 pontos, em cem possíveis. Quando a renda familiar é superior a 30 salários mínimos, a média chega a 69 pontos. Ao considerar bens materiais, aquele que mais pesa em favor do bom desempenho é o acesso à internet, que ajudou o aluno que o possui a obter 15,8 pontos a mais no Enem do que os que não ac

Está em andamento uma rebelião sem volta

Gilberto Dimenstien Começou a percorrer o país, na semana passada, uma notável lição de cidadania. É uma exposição, em praça pública, de uma série de produtos, na qual uma só idéia está à venda: a de que o consumidor não sabe quanto deixa para o governo ao comprar qualquer coisa -de um automóvel a um chiclete. Ao analisar as placas com porcentagens grudadas em cada produto, o visitante da exposição saberá, por exemplo, que, ao adquirir um carro de mil cilindradas, terá deixado 44% para o poder público. Cada vez que enche o tanque com gasolina, são mais 53% em impostos. Os organizadores dessa experiência, exibida no centro de São Paulo, apostam no seguinte: quando o consumidor, de fato, souber quanto o governo lhe tira diariamente, haverá mais pressão para que melhore o desempenho da administração pública. Essa exposição é um detalhe pedagógico de um crescente movimento no país. "Está em gestação uma rebelião", afirma Gilberto Luiz do Amaral, advogado especialista em impos

Economia pode sofrer colapso, diz professor

O canadense Michel Chossudovsky tem se afirmado, nos últimos anos, como um dos economistas mais prolíficos e contundentes nas críticas ao sistema financeiro internacional. Seu livro "Globalização da Pobreza: Impactos das Reformas do FMI e do Banco Mundial", publicado em 1999 no Brasil, previu o colapso econômico argentino. No Rio para participar do seminário "Dilemas da Humanidade", organizado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o professor da Universidade de Ottawa e ex-consultor do Pnud (Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas) disse à Folha que o mesmo colapso ocorrerá no Brasil se a política monetária não for mudada logo. Suas críticas se voltaram principalmente contra a presença de Henrique Meirelles, ex-presidente do BankBoston, no Banco Central. Chossudovsky chega a dizer que Meirelles poderia passar "inside information" (informações privilegiadas) para bancos americanos. A Folha entrou em contato com a assessoria do BC, m

Mundo Cão

ELIANE CANTANHÊDE Mundo cão BRASÍLIA - Dados do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento): 1,1 bilhão de pessoas vive com menos de US$ 1 por dia; 11 milhões de crianças morreram em 2002 antes de completar um ano; 1,2 bilhão de pessoas não têm acesso a água potável; 2,7 bilhões moram em casas sem saneamento básico; 104 milhões de crianças em idade escolar estão fora da sala de aula. Ufa! É de tirar o fôlego de qualquer um e provoca uma reflexão sobre o que, afinal, essa tal de globalização está significando para um mundo mais justo, mais equilibrado. A resposta está no próprio Relatório de Desenvolvimento Humano 2004, a ser oficialmente anunciado hoje em vários países: o que mais chama a atenção, frisam seus analistas, não são as carências em si, mas "o ritmo de diminuição" delas. A coisa está feia e não anda, ou anda muito devagar. Às vezes, até recua. Entre os 33 países da América Latina e do Caribe, há passos positivos para diminuir a fome e a mort

Avanço tímido na era FHC põe Brasil em 72º em desenvolvimento humano

A era FHC produziu um tímido progresso no desenvolvimento humano do Brasil. É a conclusão inescapável que emerge do IDH-2004, primeiro Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas que permite a radiografia completa dos oito anos de gestão Fernando Henrique Cardoso. Como os dados utilizados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) têm um atraso de dois anos, o IDH-2004 usa estatísticas de 2002, o ano em que terminou o segundo governo de FHC, que tomara posse, pela primeira vez, em 1995. É preciso, em todo o caso, tomar muito cuidado na comparação entre os indicadores da ONU para 1995 e os de 2002 -várias mudanças de metodologia e a inclusão de outros países no ranking podem distorcer a avaliação. Uma avaliação de má-fé diria que o desenvolvimento humano retrocedeu no Brasil no período "tucano", na medida em que, em 1995, o Brasil era o 68º classificado no IDH e caiu para o 72º em 2002. Má-fé porque a queda não significa retrocesso nos indicadores

Brasil perde sete posições no ranking de desenvolvimento humano

O Brasil perdeu sete posições no ranking mundial de desenvolvimento humano preparado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) devido principalmente a uma queda na taxa de alfabetização do país. Segundo o Relatório sobre Desenvolvimento Humano 2004, apresentado em Bruxelas, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, foi de 0,775, dois centésimos abaixo do registrado no relatório anterior, de 0,777. O IDH é um indicador composto que avalia os avanços de cada país em três aspectos fundamentais: esperança de vida, educação e Produto Interno Bruto (PIB) per capita, mas também leva em conta outros dados, como a distribuição da riqueza e a desigualdade entre os gêneros. A diminuição na pontuação no IDH fez com que o Brasil caísse no ranking mundial de desenvolvimento e estivesse este ano na posição de número 72, quando no ano passado o país havia ficado em 65º. O PNUD divide os países em três grandes grupos em relação a seu grau de desenvol

Fundos rendem 4 vezes mais que produção

"Aplicação financeira supera o retorno da atividade produtiva no país e está sujeita a carga menor de tributos" Uma aplicação conservadora no mercado financeiro rendeu, nos últimos nove anos, quatro vezes mais do que o investimento produtivo no país, além de ter pago muito menos impostos. Sobre a produção incidem até 61 tributos. Se uma empresa decide fazer uma aplicação de prazo inferior a 30 dias, arca com apenas seis. Estudo aponta que, de 17 setores pesquisados entre 1995 e 2003, todos tiveram rentabilidade média anual inferior à dos fundos DI. No período, as empresas de capital aberto não-financeiras alcançaram 3,6% de retorno, contra 18,3% proporcionados pela aplicação financeira. Já uma simulação feita pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) para a Folha, com base nos balanços de duas grandes companhias, mostra que o imposto pago em cinco anos chegou a 889% do lucro acumulado em um dos casos. No mercado financeiro, teriam desembolsado 36,6% sob

Só 7,3% dos brasileiros com mais de 25 anos cursaram faculdade

Para o MEC, número é muito baixo; Distrito Federal tem o maior índice, com 15,9% Lisandra Paraguassú escreve para “O Estado de SP”: Na teoria, pessoas com mais de 25 anos deveriam estar terminando o ensino superior. No Brasil, a prática está muito longe disso. Dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que apenas 7,3% dos brasileiros acima dessa faixa etária já fizeram faculdade. A maioria ainda está no ensino básico. "É muito baixo (o índice). países como a Argentina e o Chile têm de três a quatro vezes mais jovens matriculados no ensino superior que o Brasil", disse o presidente do Inep, Eliezer Pacheco. A taxa de matrículas no país entre jovens de 18 a 24 anos é de 9%. O número de pessoas com mais de 25 anos estudando vem crescendo, mas ainda no ensino fundamental e básico e no Ensino de Jovens e Adultos (Eja), o antigo supletivo. Os alunos desses níveis de ensino eram 2,59 milhões em 1999 e chegam ho

Plano vence inflação, mas não a desigualdade

Nova moeda trouxe estabilidade, porém ganhos sociais se dissiparam com os juros elevados e o baixo crescimento Folha de São Paulo Dez anos após o lançamento do real, no dia 1º de julho de 1994, a atual moeda brasileira pôs fim a uma das mais resistentes e duradouras inflações da histórica econômica mundial. Lançada ante o ceticismo da comunidade internacional e o descrédito dos brasileiros, a moeda conseguiu implodir o sistema de correção monetária enraizado na população e em todos os setores da economia. Entre 1994 e 2004, a inflação medida em São Paulo atingiu 143%. Na década anterior ao real, ficou em 200.160.601.286,84%. Esse avanço influenciou o comportamento dos 68,2 milhões de brasileiros que nasceram depois ou tinham até dez anos quando a moeda começou a circular. Exemplo dessa "geração desindexada", Julia Cardoso Zylbersztajn, 15, neta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, diz nem se lembrar do nome da moeda anterior -o cruzeiro real. Apesar desse avanço,

Rubens Ricupero: Mensagem ao nosso povo - 20/06/2004

Folha de São Paulo - OPINIÃO ECONÔMICA Mensagem ao nosso povo RUBENS RICUPERO "Devemos aceitar a crescente internacionalização dos circuitos monetários e financeiros, com a conseqüente perda de autonomia das decisões, e fazê-lo numa fase em que o protecionismo dos países centrais se reafirma? Teremos de renunciar a uma política de desenvolvimento? Que conseqüências sociais devemos esperar de uma prolongada redução na criação de emprego?" Escritas com penetrante clarividência por Celso Furtado em 1982, hoje, passados 21 anos do início da crise da dívida e da década perdida, essas frases só exigem insignificante modificação: a retirada dos pontos de interrogação. Quem duvida ainda de que aceitar a internacionalização financeira conduz à perda de autonomia das decisões? Haverá quem insista em crer na possibilidade de ter política de desenvolvimento ou de ver em breve o fim do protecionismo agrícola dos ricos? Quanto às conseqüências sociais do persistente encolhimento

Para nações mais pobres, só comércio não resolve

Só comércio não é suficiente. A conclusão partiu da mesa-redonda sobre estratégias de desenvolvimento promovida ontem pelas delegações dos países mais pobres do mundo durante a 11ª Unctad. Em uma seqüência de discursos inflamados -que terminaram por atrasar em 20 minutos o final do encontro-, os representantes desses países enfatizaram que, sem o perdão da dívida externa dos países pobres, sem maior fluxo de recursos para essas economias e sem maior acesso a mercados, não há avanço possível. "O comércio não pode ser encarado como um remédio milagroso para a redução da pobreza. Ele não pode ser desvinculado de ajudas humanitárias e de investimentos estrangeiros diretos", disse à Folha Anwarul Chowdhury, alto representante para os países menos desenvolvidos. Ao longo das três horas do debate que aconteceu na 11ª Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), as intervenções feitas por delegados de Moçambique, Benin e Uganda, por exemplo, também ress

Índice de exclusão social "rebaixa" país

Índice de exclusão social "rebaixa" país Folha de Sao Paulo 17/06/2004 Desde que o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) foi lançado pela ONU, em 1990, o Brasil nunca se orgulhou de sua posição ruim no ranking dos 175 países pesquisados. Mas um novo índice sobre exclusão social divulgado ontem joga o país ainda mais para trás no cenário mundial: da 65ª posição, o Brasil despenca para a 109ª colocação. Esse número faz parte do quarto volume do "Atlas da Exclusão Social", estudo liderado pelo economista da Unicamp Marcio Pochmann, secretário do Trabalho da Prefeitura de São Paulo. Baseado em dados coletados pela ONU, eles criaram o Índice de Exclusão Social (IES) e, a partir daí, calcularam um novo ranking. Pela nova metodologia, o Brasil foi um dos países que mais caíram. Apesar de continuar numa posição intermediária, saiu do bloco do terço mais bem colocado para o do terço pior. O tombo brasileiro foi acompanhado por diversos outros países lati

Sob Lula, cresce total de milionários

Em 2003, 5.000 a mais somaram US$ 1 mi em investimentos SÉRGIO RIPARDO DA FOLHA ONLINE O Brasil ganhou 5.000 milionários no primeiro ano do governo Lula, apontou um estudo elaborado pelo banco americano de investimento Merrill Lynch e pela consultoria Capgemini e divulgado ontem. O levantamento considera milionária uma pessoa dona de investimentos financeiros de, no mínimo, US$ 1 milhão. A valorização do real ante o dólar e das ações em 2003 contribuiu para o aumento do número de ricos no ano passado, invertendo a queda registrada em 2002. Entre 2002 e 2003, o número de milionários brasileiros cresceu cerca de 6%, passando de 75 mil para 80 mil pessoas no final do ano passado, indicou a pesquisa, denominada "World Wealth Report" (em inglês, Relatório Mundial da Riqueza). Apesar do aumento, o resultado ainda é menor do que o registrado em 2001, quando foi estimado um total de 90 mil milionários em todo o país. Mais concentração Em todo o mundo, a riqueza do

Ganância no sec. XXI

"Não é que o ser humano esteja mais ganancioso do que em gerações passadas. É que as avenidas para a expressão da ganância se multiplicaram enormemente"   Alan Greenspan ao comitê bancário do Senado americano em 2002

O que aconteceu com o neoliberalismo?

ROBERTO MANGABEIRA UNGER Folha de São Paulo - 15/06/2004 Escorraçado de quase toda a parte, o neoliberalismo refugiou-se no Brasil. Como doutrina para os outros -os subdesenvolvidos-, a proposta neoliberal sobrevive hoje em quatro redutos: economistas, formados nos Estados Unidos nas últimas décadas do século passado, que estudaram o desenvolvimento como mero campo de aplicação das idéias reinantes em economia; o setor do governo americano que ensina a outros países o que fazer, ajudado por seus agregados no FMI e no Banco Mundial; os meios financeiros de elite; e a imprensa internacional de negócios. A essência da doutrina neoliberal foi e é a identificação arbitrária de uma idéia abstrata -a superioridade da economia de mercado- com uma fórmula institucional concreta -a necessidade, para os países atrasados, de adotar as instituições dos países ricos do Atlântico norte, sobretudo em sua vertente americana. A estabilização monetária e a prudência fiscal seriam me

Renda média do trabalhador atinge o nível mais baixo na década

Em 2003, a renda média do trabalhador brasileiro atingiu o seu nível mais baixo na década. Relatório sobre o primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vai ser votado hoje pelo Tribunal de Contas da União, mostra que a renda dos trabalhadores, que girava em torno de R$ 1,3 mil em 1994, passou para R$ 1,210 mil em 2002 e atingiu 910 reais no ano passado.   Inversamente, as tarifas dos serviços públicos essenciais subiram em média mais de 300% e a carga fiscal passou de 28,6% para 36,7% no período, tornando-se uma das três maiores do mundo. Notícia extraida da www.cbn.com.br  

Imóvel será facilitado a família de baixa renda

Restrição afetará classe média DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O governo estuda mudanças nas regras dos financiamentos habitacionais concedidos com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A idéia é limitar o acesso de famílias de classe média a essas linhas de crédito, em benefício da população de baixa renda. Segundo o secretário Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Jorge Hereda, uma proposta já foi enviada para o Conselho Curador do FGTS, que administra os recursos do fundo. Os empréstimos passariam a ser liberados apenas para famílias com renda até dez salários mínimos (R$ 2.600). Atualmente, o limite está em R$ 4.500. "Não é justo que o FGTS gaste cerca de 80% de seus recursos com empréstimos a famílias de classe média", afirma Hereda. De acordo com o secretário, 92% do déficit habitacional do país está concentrado em pessoas que ganham menos de três salários mínimos (R$ 780). Hereda diz, porém, que a redução no limite de renda para esses

Ricupero diz que reforma microeconômica não assegura desenvolvimento

Só o crescimento vai atrair investidores, diz Ricupero MARCIO AITH EDITOR DE DINHEIRO VINICIUS MOTA SECRETÁRIO-ASSISTENTE DE REDAÇÃO Para o secretário-geral da Unctad, embaixador Rubens Ricupero, a condução da política econômica no Brasil é correta, mas insuficiente para assegurar um crescimento prolongado do país. Ex-ministro da Fazenda (1994), Ricupero diz que, sem investimentos, o país já sofre dificuldades para produzir aço e papel em quantidade suficiente para suprir a demanda e manter o crescimento de suas exportações. Para atrair investimentos, Ricupero, colunista da Folha, defende flexibilização da meta de inflação e câmbio mais desvalorizado. Ricupero demonstrou ceticismo com relação ao impacto positivo de reformas microeconômicas, como apregoa, entre outros, o ministro Antonio Palocci (Fazenda). "Não vejo ninguém ter mais "animal spirit" [propensão a assumir riscos investindo na produção] com a perspectiva de uma melhor Lei de Falências."

Branco ganha 105% a mais que negro e pardo

DESIGUALDADE IBGE aponta diferenças no rendimento médio e na taxa de desemprego de acordo com a cor do trabalhador Folha de Sao Paulo - 05/06/2004 O drama do desemprego e da renda precária também tem nuances de cor. Que o diga Marinete do Espírito Santo Filha, 32, mulher negra que há sete meses procura um emprego no Rio de Janeiro para melhorar a renda de sua família, dependente hoje exclusivamente dos R$ 400 que seu marido recebe. Uma pesquisa divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que pardos e negros, como Marinete, têm taxa de desemprego maior e renda menor quando comparados com a população branca. Segundo a pesquisa, a renda média de um trabalhador branco, de R$ 1.096 mensais, é 105% maior do que a de um negro ou pardo, de R$ 535 mensais. A taxa de desemprego também é maior entre negros e pardos. Nesse grupo, 15,3% da população procurava emprego. Entre brancos, a proporção é de 11,1%, enquanto no total da população ela é de 12,8%

Devagar com o andor...

Amigos, Continuando com a discussão sobre o crescimento do PIB Brasileiro no primeiro trimestre de 2004 este artigo, conclui que os números, se vistos mais de perto revelam que este crescimento é devido, na sua maior parte, ao aumento das exportações. Enquanto o consumo dos brasileiros, que corresponde a 60% do PIB, cresceu apenas 0,3% , as exportações aumentaram 5,6%. Portanto, o crescimento econômico ainda não chegou ao cidadão comum.   Crescimento em si nem sempre é sinal de melhoria do bem-estar social. Vejam o artigo na íntegra, abaixo.   OPINIÃO ECONÔMICA LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS Folha de São Paulo   - 04/06/2004   A expansão do PIB no primeiro trimestre deste ano foi recebida com grande euforia pelo presidente Lula e sua equipe. As manifestações públicas de membros da equipe econômica chegaram a passar do limite do razoável. O presidente do Banco Central, por exemplo, disse à imprensa que a economia brasileira está crescendo a taxas mais ele