Para onde está indo o dinheiro
Esta notícia aparentemente não está relacionada à exclusão social, mas só aparentemente. Ela mostra claramente para onde a renda da população brasileira está sendo transferida, sem nenhum retorno social, pelo contrário. Para concluir o que estou dizendo basta ver a origem de um lucro tão exorbitante de um representante do sistema financeiro: Tarifas e títulos públicos. Leia-se a política de juros alto perseguida pelo governo. Ao comentar o ganho com as tarifas o banco esconde o quanto as tarifas bancárias subiram nos ultimos 10 anos. Alguns números indicam mais de 3.000% de aumento. Sem nenhuma regulamentação do governo.
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Lucro do Bradesco cresce 21% no 1º semestre
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O lucro líquido do Bradesco cresceu 21% em relação ao primeiro semestre de 2003 e totalizou R$ 1,250 bilhão. Foi o terceiro melhor resultado semestral do banco desde 1987, segundo levantamento da consultoria Economática. O maior lucro anterior foi registrado no primeiro semestre de 2001 - R$ 1,387 bilhão (corrigido pelo IPCA).
Em um ambiente de queda dos juros, o lucro do Bradesco continuou engordando graças ao aumento de 28% nas receitas com tarifas, à expansão de 19,7% nas receitas com operações de crédito e ao salto de 40,3% nos resultados com títulos e valores mobiliários.
O Bradesco apostou no aumento do volume de suas operações - tanto na área de crédito como nas aplicações em títulos e valores. Apesar dos juros mais baixos, o banco expandiu sua carteira de títulos públicos, que, segundo analistas, estava mal posicionada no primeiro semestre de 2003. Isso explica o aumento dos ganhos com títulos públicos.
Além disso, como parte desses títulos (16% da carteira) é indexada ao câmbio, o banco beneficiou-se da valorização cambial no período, que foi de 7,5%.
Na área de crédito, "a melhora da economia permitiu aumentar em 6,5% as operações, só no segundo trimestre", diz Marcio Cypriano, presidente do banco. "Esse aumento, anualizado, projeta um crescimento de 28% nas operações de crédito do banco até junho de 2005", acrescenta. Para este ano, a projeção do Bradesco é a de um aumento entre 18% e 20% da carteira de crédito.
Mas os juros menores impactaram o resultado operacional do banco, que caiu 29%. Segundo Milton Vargas, diretor da instituição, a queda de juros foi responsável pela redução da receita operacional líquida. O efeito dos juros se fez sentir, por exemplo, na redução de R$ 115 milhões nos resultados da tesouraria do banco.
O resultado operacional caiu, mas o lucro subiu porque o banco teve um Imposto de Renda positivo -R$ 46 milhões de créditos tributários de bancos adquiridos que estavam com prejuízo. Também explica a aparente dicotomia o fato de que no balanço do primeiro semestre de 2003 o banco tinha abatido um ágio extraordinário, pago na compra Banco Mercantil. No semestre passado, não houve tal efeito.
Tarifas
O balanço do primeiro semestre, divulgado ontem, revela um fato inédito na história do maior banco privado do país: pela primeira vez, as receitas com prestação de serviços cobriram, com folga, os gastos com pessoal. O banco obteve R$ 2,694 bilhões com tarifas e gastou R$ 2,411 bilhões com salários.
A melhor relação receita de serviços/gastos com pessoal, desde 1994, foi obtida em 2001, quando ficou em 98% -agora, atingiu a marca de 111,7%, segundo levantamento da ABM Consulting.
O Itaú, principal concorrente do Bradesco, consegue cobrir sua folha de salários com as receitas com prestação de serviços desde 1997. No ano passado, as receitas do Itaú com tarifas corresponderam a 185% dos gastos com pessoal. Já as do Bradesco representaram 95% desse tipo de gasto.
O salto de 28% nas receitas com prestação de serviços, na comparação dos dois primeiros semestres, explica a nova performance do banco nesse quesito. Cypriano afirma que esse aumento é conseqüência do aumento da base de clientes e do volume financeiro, não do aumento de tarifas.
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Lucro do Bradesco cresce 21% no 1º semestre
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O lucro líquido do Bradesco cresceu 21% em relação ao primeiro semestre de 2003 e totalizou R$ 1,250 bilhão. Foi o terceiro melhor resultado semestral do banco desde 1987, segundo levantamento da consultoria Economática. O maior lucro anterior foi registrado no primeiro semestre de 2001 - R$ 1,387 bilhão (corrigido pelo IPCA).
Em um ambiente de queda dos juros, o lucro do Bradesco continuou engordando graças ao aumento de 28% nas receitas com tarifas, à expansão de 19,7% nas receitas com operações de crédito e ao salto de 40,3% nos resultados com títulos e valores mobiliários.
O Bradesco apostou no aumento do volume de suas operações - tanto na área de crédito como nas aplicações em títulos e valores. Apesar dos juros mais baixos, o banco expandiu sua carteira de títulos públicos, que, segundo analistas, estava mal posicionada no primeiro semestre de 2003. Isso explica o aumento dos ganhos com títulos públicos.
Além disso, como parte desses títulos (16% da carteira) é indexada ao câmbio, o banco beneficiou-se da valorização cambial no período, que foi de 7,5%.
Na área de crédito, "a melhora da economia permitiu aumentar em 6,5% as operações, só no segundo trimestre", diz Marcio Cypriano, presidente do banco. "Esse aumento, anualizado, projeta um crescimento de 28% nas operações de crédito do banco até junho de 2005", acrescenta. Para este ano, a projeção do Bradesco é a de um aumento entre 18% e 20% da carteira de crédito.
Mas os juros menores impactaram o resultado operacional do banco, que caiu 29%. Segundo Milton Vargas, diretor da instituição, a queda de juros foi responsável pela redução da receita operacional líquida. O efeito dos juros se fez sentir, por exemplo, na redução de R$ 115 milhões nos resultados da tesouraria do banco.
O resultado operacional caiu, mas o lucro subiu porque o banco teve um Imposto de Renda positivo -R$ 46 milhões de créditos tributários de bancos adquiridos que estavam com prejuízo. Também explica a aparente dicotomia o fato de que no balanço do primeiro semestre de 2003 o banco tinha abatido um ágio extraordinário, pago na compra Banco Mercantil. No semestre passado, não houve tal efeito.
Tarifas
O balanço do primeiro semestre, divulgado ontem, revela um fato inédito na história do maior banco privado do país: pela primeira vez, as receitas com prestação de serviços cobriram, com folga, os gastos com pessoal. O banco obteve R$ 2,694 bilhões com tarifas e gastou R$ 2,411 bilhões com salários.
A melhor relação receita de serviços/gastos com pessoal, desde 1994, foi obtida em 2001, quando ficou em 98% -agora, atingiu a marca de 111,7%, segundo levantamento da ABM Consulting.
O Itaú, principal concorrente do Bradesco, consegue cobrir sua folha de salários com as receitas com prestação de serviços desde 1997. No ano passado, as receitas do Itaú com tarifas corresponderam a 185% dos gastos com pessoal. Já as do Bradesco representaram 95% desse tipo de gasto.
O salto de 28% nas receitas com prestação de serviços, na comparação dos dois primeiros semestres, explica a nova performance do banco nesse quesito. Cypriano afirma que esse aumento é conseqüência do aumento da base de clientes e do volume financeiro, não do aumento de tarifas.
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