RENDA E EDUCAÇÃO
Editorial da Folha
Quando se cruzam estatísticas relativas a renda, hábitos familiares e padrões de consumo com o desempenho escolar é possível observar alguns aspectos do modo como a pobreza se reproduz na sociedade. São interessantes, nesse sentido, os dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) relativos ao Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Os alunos responderam a questionários socioeconômicos, cujos resultados fornecem conclusões sugestivas -ainda que relativamente previsíveis.
Estudantes de famílias com renda até um salário mínimo por mês, por exemplo, têm média na prova objetiva do Enem de 38 pontos, em cem possíveis. Quando a renda familiar é superior a 30 salários mínimos, a média chega a 69 pontos. Ao considerar bens materiais, aquele que mais pesa em favor do bom desempenho é o acesso à internet, que ajudou o aluno que o possui a obter 15,8 pontos a mais no Enem do que os que não acessam a rede.
Não são, porém, apenas bens materiais que fazem a diferença. Alunos da 4ª série do ensino fundamental que disseram ter mãe com hábitos de leitura tiveram uma média melhor no exame de língua portuguesa do Saeb do que aqueles que responderam não à mesma pergunta. Esse dado é compatível com outros indicativos de que famílias que participam da vida escolar do aluno influenciam-na positivamente.
Uma interpretação global dos números sugere a tendência de filhos de pobres não atingirem os patamares acadêmicos que poderiam levá-los a empregos melhores. A arma clássica contra essa situação é a educação básica e de qualidade para todos, algo que ainda está longe de ser uma realidade no Brasil. O problema torna-se mais preocupante quando se sabe que os resultados, nessa área, só aparecem no curso de gerações, o que exige do poder público ações persistentes e prolongadas.
Quando se cruzam estatísticas relativas a renda, hábitos familiares e padrões de consumo com o desempenho escolar é possível observar alguns aspectos do modo como a pobreza se reproduz na sociedade. São interessantes, nesse sentido, os dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) relativos ao Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Os alunos responderam a questionários socioeconômicos, cujos resultados fornecem conclusões sugestivas -ainda que relativamente previsíveis.
Estudantes de famílias com renda até um salário mínimo por mês, por exemplo, têm média na prova objetiva do Enem de 38 pontos, em cem possíveis. Quando a renda familiar é superior a 30 salários mínimos, a média chega a 69 pontos. Ao considerar bens materiais, aquele que mais pesa em favor do bom desempenho é o acesso à internet, que ajudou o aluno que o possui a obter 15,8 pontos a mais no Enem do que os que não acessam a rede.
Não são, porém, apenas bens materiais que fazem a diferença. Alunos da 4ª série do ensino fundamental que disseram ter mãe com hábitos de leitura tiveram uma média melhor no exame de língua portuguesa do Saeb do que aqueles que responderam não à mesma pergunta. Esse dado é compatível com outros indicativos de que famílias que participam da vida escolar do aluno influenciam-na positivamente.
Uma interpretação global dos números sugere a tendência de filhos de pobres não atingirem os patamares acadêmicos que poderiam levá-los a empregos melhores. A arma clássica contra essa situação é a educação básica e de qualidade para todos, algo que ainda está longe de ser uma realidade no Brasil. O problema torna-se mais preocupante quando se sabe que os resultados, nessa área, só aparecem no curso de gerações, o que exige do poder público ações persistentes e prolongadas.
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