Brasil perde sete posições no ranking de desenvolvimento humano

O Brasil perdeu sete posições no ranking mundial de desenvolvimento humano preparado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) devido principalmente a uma queda na taxa de alfabetização do país.

Segundo o Relatório sobre Desenvolvimento Humano 2004, apresentado em Bruxelas, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, foi de 0,775, dois centésimos abaixo do registrado no relatório anterior, de 0,777.

O IDH é um indicador composto que avalia os avanços de cada país em três aspectos fundamentais: esperança de vida, educação e Produto Interno Bruto (PIB) per capita, mas também leva em conta outros dados, como a distribuição da riqueza e a desigualdade entre os gêneros.

A diminuição na pontuação no IDH fez com que o Brasil caísse no ranking mundial de desenvolvimento e estivesse este ano na posição de número 72, quando no ano passado o país havia ficado em 65º.

O PNUD divide os países em três grandes grupos em relação a seu grau de desenvolvimento: nações com um "desenvolvimento humano alto", "médio" e "baixo".

Apesar de o PIB por habitante de 7.770 dólares ser comparável ao de alguns países com desenvolvimento humano considerado alto, como o Uruguai, o Brasil tem uma distribuição da renda desigual.

O estudo do PNUD indica que, em 1998, 20 por cento da população mais pobre do Brasil tinham acesso a apenas 2,0 por cento da renda ou do consumo, enquanto os 20 por cento mais rico ficavam com 64,4 por cento da riqueza.

Além disso, em 2002, 8,2 por cento da população tinham uma renda igual ou inferior a um dólar por dia.

A situação no Brasil foi considerada pior do que a de seus mais importantes parceiros econômicos na América Latina, com a exceção do Paraguai, pois os outros integrantes do Mercosul obtiveram um desenvolvimento humano alto.

A Argentina ficou em 34º lugar e o Uruguai, em 46º, enquanto o Chile e o México, países associados ao bloco econômico, ficaram em 43º e 53º, respectivamente.

A Costa Rica (42º) e Cuba (52º) também obtiveram a classificação de alto desenvolvimento humano.

Além do Brasil, têm grau "médio" o resto dos países latino-americanos: Panamá (61º), Venezuela (68º), Colômbia (73º), Peru (85º), Paraguai (89º), República Dominicana (98º), Equador (100º), El Salvador (103º), Bolívia (114º), Honduras (115º), Nicarágua (118º) e Guatemala (121º).

E isso apesar de o PIB do Brasil ter subido em 2002 na comparação com 2001, quando foi de 7.360 dólares por habitante, e de a esperança de vida ao nascer ter aumentado de 67,8 para 68 anos.

A perda de posições do Brasil foi provocada, entre outros motivos, por uma diminuição da taxa de alfabetização entre os adultos (maiores de 15 anos), que diminuiu de 87,3 por cento, em 2001, para 86,4 por cento, no ano seguinte.

Além disso, 8 por cento das crianças e dos jovens estavam fora da escola em 2002.

A Noruega, com um IDH de 0,956, ficou em primeiro lugar no ranking deste ano, que inclui 177 países. O país com pior colocação foi Serra Leoa, com um índice de 0,273.

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