Só 7,3% dos brasileiros com mais de 25 anos cursaram faculdade
Para o MEC, número é muito baixo; Distrito Federal tem o maior índice, com 15,9%
Lisandra Paraguassú escreve para “O Estado de SP”:
Na teoria, pessoas com mais de 25 anos deveriam estar terminando o ensino superior. No Brasil, a prática está muito longe disso.
Dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que apenas 7,3% dos brasileiros acima dessa faixa etária já fizeram faculdade. A maioria ainda está no ensino básico.
"É muito baixo (o índice). países como a Argentina e o Chile têm de três a quatro vezes mais jovens matriculados no ensino superior que o Brasil", disse o presidente do Inep, Eliezer Pacheco. A taxa de matrículas no país entre jovens de 18 a 24 anos é de 9%.
O número de pessoas com mais de 25 anos estudando vem crescendo, mas ainda no ensino fundamental e básico e no Ensino de Jovens e Adultos (Eja), o antigo supletivo.
Os alunos desses níveis de ensino eram 2,59 milhões em 1999 e chegam hoje a 3,67 milhões. No ensino médio, o total de matriculados com mais de 25 anos teve quase 100 mil a mais do que em 1999. Mas o maior crescimento foi nos supletivos: praticamente 1 milhão de novos alunos. Hoje, essas pessoas representam 7,7% dos estudantes.
"A formação é cada vez mais exigida pelo mercado de trabalho e cada vez mais pessoas voltam a estudar. O ideal é que em alguns anos esse crescimento pare e até diminua, com a regularização do fluxo", explicou Pacheco. Essas pessoas que estão tentando completar sua formação poderão chegar ao ensino superior, melhorando o índice de pessoas graduadas no país.
Hoje, o maior índice de pessoas com nível superior do Brasil é no Distrito Federal, com 15,9% dos habitantes formados. Depois, vêm São Paulo, com 10,4%, e Rio, com 10,3%. As disparidades regionais, no entanto, são imensas.
No Maranhão, apenas 2% da população conseguiu terminar uma faculdade. Bahia, Tocantins e Amapá, com 3,3%, completam a lista dos mais baixos índices.
O gargalo da formação está muito abaixo do curso superior, como mostram os dados divulgados pelo MEC. No entanto, também há problemas no acesso às faculdades. Hoje, 80% das vagas no ensino superior do Brasil estão em instituições particulares.
Nos cursos noturnos, do cerca de 1,6 milhão de vagas que existem, apenas cerca de 300 mil estão em instituições públicas de ensino.
"Com esses índices tão baixos de matrículas não se pode dizer que há curso superior demais no Brasil. O que tem é curso público de menos. É isso que é preciso mudar", disse o presidente do Inep.
(O Estado de SP, 7/7)
Lisandra Paraguassú escreve para “O Estado de SP”:
Na teoria, pessoas com mais de 25 anos deveriam estar terminando o ensino superior. No Brasil, a prática está muito longe disso.
Dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que apenas 7,3% dos brasileiros acima dessa faixa etária já fizeram faculdade. A maioria ainda está no ensino básico.
"É muito baixo (o índice). países como a Argentina e o Chile têm de três a quatro vezes mais jovens matriculados no ensino superior que o Brasil", disse o presidente do Inep, Eliezer Pacheco. A taxa de matrículas no país entre jovens de 18 a 24 anos é de 9%.
O número de pessoas com mais de 25 anos estudando vem crescendo, mas ainda no ensino fundamental e básico e no Ensino de Jovens e Adultos (Eja), o antigo supletivo.
Os alunos desses níveis de ensino eram 2,59 milhões em 1999 e chegam hoje a 3,67 milhões. No ensino médio, o total de matriculados com mais de 25 anos teve quase 100 mil a mais do que em 1999. Mas o maior crescimento foi nos supletivos: praticamente 1 milhão de novos alunos. Hoje, essas pessoas representam 7,7% dos estudantes.
"A formação é cada vez mais exigida pelo mercado de trabalho e cada vez mais pessoas voltam a estudar. O ideal é que em alguns anos esse crescimento pare e até diminua, com a regularização do fluxo", explicou Pacheco. Essas pessoas que estão tentando completar sua formação poderão chegar ao ensino superior, melhorando o índice de pessoas graduadas no país.
Hoje, o maior índice de pessoas com nível superior do Brasil é no Distrito Federal, com 15,9% dos habitantes formados. Depois, vêm São Paulo, com 10,4%, e Rio, com 10,3%. As disparidades regionais, no entanto, são imensas.
No Maranhão, apenas 2% da população conseguiu terminar uma faculdade. Bahia, Tocantins e Amapá, com 3,3%, completam a lista dos mais baixos índices.
O gargalo da formação está muito abaixo do curso superior, como mostram os dados divulgados pelo MEC. No entanto, também há problemas no acesso às faculdades. Hoje, 80% das vagas no ensino superior do Brasil estão em instituições particulares.
Nos cursos noturnos, do cerca de 1,6 milhão de vagas que existem, apenas cerca de 300 mil estão em instituições públicas de ensino.
"Com esses índices tão baixos de matrículas não se pode dizer que há curso superior demais no Brasil. O que tem é curso público de menos. É isso que é preciso mudar", disse o presidente do Inep.
(O Estado de SP, 7/7)
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