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Mostrando postagens de maio, 2004

Se nos for dado escolher...

Folha de São Paulo - TENDÊNCIAS/DEBATES Se nos for dado escolher... CHRISTOPHER PATTEN e ENRIQUE IGLESIAS Se nos for dado escolher entre autoritarismo, instabilidade, pobreza e conflitos regionais, ou democracia, crescimento econômico, justiça social e integração regional, ficaremos com estas últimas opções. Você não faria o mesmo? A Cúpula entre América Latina e União Européia (UE) em Guadalajara, que acaba de terminar, ajudou-nos a encontrar formas para promover a consolidação da democracia, a coesão social e a integração regional no continente latino-americano. Em 1999, no Rio de Janeiro, uma relação estratégica entre nossos dois continentes foi lançada. A Cúpula de Madri, realizada em 2002, deu passos decisivos à frente. A UE é hoje o maior doador de ajuda, o maior investidor estrangeiro e o segundo maior parceiro comercial dessa importante parte do mundo. A terceira cúpula foi a primeira da qual participaram os 25 países da União Européia ampliada. Quais devem ser,

Rubens Ricupero fala sobre problema da fome

Jornal da Ciência de 31 de Maio de 2004. Entrevista do secretário-geral da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) à Agência de Notícias da UnB Eis a íntegra da entrevista: UnB Agência – Nas últimas semanas, o mundo assiste a uma queda-de-braço entre o capital especulativo e as economias de países emergentes, entre eles, o Brasil. Os mercados estão vencendo? Rubens Ricupero – Estão vencendo nos lugares onde se aceita a ditadura dos mercados. Não estão vencendo a Índia, a China e os países asiáticos que escolheram o caminho da acumulação de reservas. Só é derrotado quem quer. O Brasil, por exemplo, está tentando sair, mas ainda com incertezas quanto ao resultado final porque herdou não só uma herança muito pesada, como uma mentalidade dos economistas que defendem a globalização financeira. Isso é que me faz ter certas dúvidas. Não temos um exército unido, mas sim correntes diferentes onde alguns simpatizam com os inimigos. UnB Agência

Excluindo os excluídos

O Artigo abaixo do Serra me parece bem pertinente. No artigo ele combate a desvinculação do salário mínimo com a os benefícios da previdências. Em outras palavras, ao tirar este vínculo, o aposentado ficará sem uma proteção do reajuste da sua aposentadoria. É "descobrir um para cobrir o outro", neste caso o pobre do aposentado é que ficará descoberto. Ao invés disso ele propõe que seja encarada a questão do desemprego e da informalidade, pois esses fatores é que impedem o aumento da receita da previdência. ***************************************************** José Serra - Folha de Sao Paulo - 31/05/2004 Se a locomotiva não consegue imprimir maior velocidade ao comboio, vamos desengatar os últimos vagões apinhados de gente e deixá-los para trás: essa é a lógica da desvinculação do salário mínimo dos benefícios menores pagos pela Previdência, cogitada pelo governo do PT nas últimas semanas. Criados dois pisos, um para os salários e outro para o INSS, a inten

O crescimento nosso de cada dia

Semana passada saiu o índice de crescimento econômico no Brasil no último trimestre. Várias declarações foram dadas dizendo que este aumento é o sinal de que agora estamos no caminho certo. Será? Depende de como se lê esse número. O crescimento foi de 2,7% quando se compara o primerio trimestre de 2004 com o mesmo período de 2003. Mas se a comparação for feita com o último trimestre de 2003 o número cai para 1,6%. Além disso tivemos um recorde do desemprego no mês de abril em torno de 13%. A revista veja publicou hoje outras formas de se analizar a notícia do crescimento. veja um resumo abaixo: • O crescimento do PIB brasileiro no primeiro trimestre foi bom, mas menor que o de outros países emergentes. No mesmo período, o México cresceu 4,6%, o Chile, 4,5% e a Argentina, 10%. • O crescimento da economia brasileira impressiona principalmente porque ele foi medido em relação a uma base de comparação muito fraca, o primeiro trimestre do ano passado. Naqueles três meses, a econ

O preço da ansiedade

Gostaria de recomendar a todos a leitura dessa entrevista que o economista Joseph Stiglitz deu à Revista Carta Capital (clique no título desse post para ir até o site da revista). Ele fala do seu novo livro que será lançado até o final de maio. O que gostei é que ele propõe um novo paradigma para a economia monetária, atualmente focada exclusivamente no controle do juros. O que ele prega é que se faça política monetária olhando para disponibilização do crédito. Em suma ele apresenta uma alternativa de mudança nas atuais receitas de controle da inflação e crescimento econômico. Vale muito a pena ler. Abaixo uma pequena introdução, retirada do site da Carta Capital. P.S se quiser ler mais sobre o que este ex-economista chefe do Banco Mundial anda dizendo, vá no site dele , lá tem vários outros papers, em inglês. Muito bons! ************************************************************* O PREÇO DA ANSIEDADE - carta capital Stiglitz recomenda crédito e controle de capitais pa

Dissonância cognitiva

Este artigo merece ser lido na íntegra pois mostra muito bem o que está acontecendo hoje na forma com que se justifica determinadas políticas macroeconômicas. Excelente Dissonância cognitiva médico entediou-se com o circunlóquio do paciente: "Olha, seu problema é psicológico, pi-si-co-lógico, viu? Volte para casa e procure relaxar mais". O paciente pôs a viola no saco, mas, quando já ia batendo em retirada, deu meia-volta e contra-atacou: "Mas doutor, se eu sinto, de verdade, algo que eu de fato não tenho, qual o nome dessa doença?". "Dissonância cognitiva", respondeu o médico, já meio agastado. "Todo mundo tem um pouco disso. Vá para casa e pare de pensar." Não sou psicólogo. Mas todos somos psicológicos. Médico não tem mesmo paciência com as dores do espírito. Um pouco mais de espiritismo não faria mal nos tempos de hoje. Pelo menos ajudaria a dar conforto nos casos de dissonância cognitiva. Um psicólogo (Leon Festinger) que

Imposto sobe mais para pessoa física

O aumento excessivo da carga tributária no país tem pesado mais no bolso das pessoas físicas do que no caixa das empresas. Isso é comprovado por um estudo divulgado ontem pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), mostrando que o total de impostos pagos pelas empresas em 2002 caiu de 72,5% do bolo tributário (arrecadação da União, Estados e municípios) para 70,3% no ano passado. Em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), a participação das empresas caiu de 26,43% para 25,38%, respectivamente. Essas quedas em porcentagem não significam que as empresas estejam pagando menos impostos. Pelo contrário. Mas nos últimos anos os três níveis de governo têm adotado medidas tributárias que pesam mais no bolso das pessoas físicas. Segundo o estudo do IBPT, denominado "A Insuportável Carga Tributária Empresarial", somente no ano passado as empresas pagaram mais R$ 39,04 bilhões em tributos no país. De R$ 345,50 bilhões pagos em 2002, elas recolheram R$ 384,54

Pobre paga mais imposto para consumir

Os impostos e contribuições sobre consumo comprometem quase um quarto -24,4%- da renda das famílias brasileiras que ganham até R$ 400. Para as que ganham mais de R$ 10 mil, o peso deste tipo de imposto é de 17,3% da renda mensal. O impacto dos impostos sobre consumo no orçamento familiar foi calculado pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) com dados da pesquisa de orçamentos familiares divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na semana passada. "O impacto forte no orçamento dos mais pobres mostra que a tributação brasileira, além de excessiva, é injusta", diz Gilberto Amaral, do IBPT . Ele incluiu no estudo impostos como o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), e contribuições como o PIS e a Cofins. São tributos recolhidos pelas empresas, mas que, na forma de custos, são incluídos por elas nos preços dos produtos e serviços consumidos pela população. Impos

Sob Lula, país deve crescer menos do que a média

Em vez do prometido "espetáculo do crescimento", o governo Luiz Inácio Lula da Silva deverá ficar marcado por taxas bastante modestas de expansão da economia. Segundo levantamento feito pelo Banco Central com cem analistas de mercado, o Brasil deverá crescer, em média, 2,7% ao ano ao longo do mandato do presidente. A pesquisa aponta que a expectativa média é que a economia cresça 3,5% neste ano e no próximo e 3,8% em 2006 -no ano passado, houve retração de 0,2%. Confirmadas as projeções do mercado, o crescimento alcançado durante o governo Lula seria um dos piores já registrados na história republicana. Numa lista com os resultados obtidos pelos 28 presidentes que o Brasil teve, o atual governante ficaria na 20ª colocação. Seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, estaria em 22º -entre 1995 e 2002, o país cresceu, em média, 2,3% ao ano. A lista com o crescimento da economia registrado no mandato de cada um dos presidentes do país foi elaborada em 2001 pelo economista Rein

Brasil sem projeto

O artigo do Bresser é bastante equilibrado. Ao mesmo tempo que faz uma crítica no governo atual, mostra que o problema é antigo. Sem projeto de nação LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA Existe hoje um sentimento generalizado de frustração em relação ao governo, mas a culpa pela falta de um projeto não pode ser atribuída apenas a ele. É verdade que as esperanças não se concretizaram. Embora tendo sido eleito com uma plataforma de crítica à política econômica anterior, o novo governo deu-lhe a mais estrita continuidade. Na busca de crédito e credibilidade junto a Washington e Nova York, e ao sistema financeiro, o Ministério da Fazenda e o Banco Central submeteram-se ainda mais às suas orientações. Por um breve momento, a volta do crédito e a queda da inflação deram alento ao governo, embora a diminuição da inflação não decorresse da política de juros elevados, mas do simples fato de que sua elevação fora temporária, causada pela depreciação cambial de 2002. Mas esse alento durou pouco

Dinheiro não chega até o final do mês

Folha Online - Renda de 85% das famílias brasileiras não chega ao fim do mês A renda média mensal de 85% das famílias brasileiras não é suficiente para pagar todas as contas do mês. De cada 100 famílias brasileiras, 85 tiveram algum tipo de dificuldade para chegar ao final do mês com o rendimento familiar, segundo números da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) de 2002-2003, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Desse total, 27,2% têm "muita dificuldade" para pagar todas as contas do mês com a renda mensal familiar. Outros 23,7% têm "dificuldades" e 34,6% disseram ter "alguma dificuldade" para chegar ao final do mês com a renda familiar. Só 15% das famílias brasileiras disseram que conseguem chegar ao final do mês pagando todas as despesas com algum tipo de "facilidade". Entre essas, 8,9% têm "alguma facilidade" para pagar em dia as contas do mês. Outras 4,9% têm "facilidade"

"A Morte no Brasil" fala do país com violência, corrupção e afeto

Morte no Brasil' fala do país com violência, corrupção e afeto" Richard Eder A morte no título poderia facilmente ter sido a do autor. Seu livro, um retrato deslumbrante de sombra e luz do Brasil, abre com um impressionante desafio. Um jovem ladrão invade seu apartamento no Rio de Janeiro. Tremendo e desesperado, ele pressiona uma faca de cozinha contra a garganta de Peter Robb. "O perigo estava na velocidade. Uma lâmina afiada se move mais rápido que um pensamento. Era preciso reduzir o ritmo dos movimentos, e o calor. Era só o que eu sabia. Não podia deixar nada acontecer. Devia responder à violência, velocidade e barulho não com violência, velocidade e barulho, mas com lentidão ponderada, envolvendo cada nova ameaça com vagarosidade". Então: "As belas frases em português começaram a sair, lentamente, mas com graça barroca, de minha língua espantosa. Uma coragem obtusa firmou a mão que segurava a faca, a calma apática trouxe uma pequena hesitaçã

Donald Trump espera lucrar com a desigualdade social do Brasil

UOL Mídia Global Donald Trump espera lucrar com a desigualdade social do Brasil Empresário investirá US$ 40 mi em um clube de golfe em SP para os milionários do país Todd Benson Em São Paulo Em um país como o Brasil, onde mais de um terço da população vive com menos de US$ 2 por dia, um playground para os ricos pode parecer algo arriscado. Afinal, somente 20 mil pessoas em uma população de 175 milhões de habitantes jogam golfe - um número muito distante dos mais de 20 milhões de norte-americanos que praticam o esporte. Mas isso não impede o empresário Donald Trump de investir US$ 40 milhões em um clube de golfe e estação de férias com seu nome nas imediações de São Paulo, a capital financeira da América do Sul. O público-alvo são brasileiros riquíssimos, que costumam gastar e ostentar mais que seus pares do primeiro mundo. O empreendimento, a ser construído nas montanhas de Itatiba, uma pacata comunidade rural a 90 quilômetros de São Paulo, será a primeira investida