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Mostrando postagens de julho, 2004

Está em andamento uma rebelião sem volta

Gilberto Dimenstien Começou a percorrer o país, na semana passada, uma notável lição de cidadania. É uma exposição, em praça pública, de uma série de produtos, na qual uma só idéia está à venda: a de que o consumidor não sabe quanto deixa para o governo ao comprar qualquer coisa -de um automóvel a um chiclete. Ao analisar as placas com porcentagens grudadas em cada produto, o visitante da exposição saberá, por exemplo, que, ao adquirir um carro de mil cilindradas, terá deixado 44% para o poder público. Cada vez que enche o tanque com gasolina, são mais 53% em impostos. Os organizadores dessa experiência, exibida no centro de São Paulo, apostam no seguinte: quando o consumidor, de fato, souber quanto o governo lhe tira diariamente, haverá mais pressão para que melhore o desempenho da administração pública. Essa exposição é um detalhe pedagógico de um crescente movimento no país. "Está em gestação uma rebelião", afirma Gilberto Luiz do Amaral, advogado especialista em impos

Economia pode sofrer colapso, diz professor

O canadense Michel Chossudovsky tem se afirmado, nos últimos anos, como um dos economistas mais prolíficos e contundentes nas críticas ao sistema financeiro internacional. Seu livro "Globalização da Pobreza: Impactos das Reformas do FMI e do Banco Mundial", publicado em 1999 no Brasil, previu o colapso econômico argentino. No Rio para participar do seminário "Dilemas da Humanidade", organizado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o professor da Universidade de Ottawa e ex-consultor do Pnud (Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas) disse à Folha que o mesmo colapso ocorrerá no Brasil se a política monetária não for mudada logo. Suas críticas se voltaram principalmente contra a presença de Henrique Meirelles, ex-presidente do BankBoston, no Banco Central. Chossudovsky chega a dizer que Meirelles poderia passar "inside information" (informações privilegiadas) para bancos americanos. A Folha entrou em contato com a assessoria do BC, m

Mundo Cão

ELIANE CANTANHÊDE Mundo cão BRASÍLIA - Dados do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento): 1,1 bilhão de pessoas vive com menos de US$ 1 por dia; 11 milhões de crianças morreram em 2002 antes de completar um ano; 1,2 bilhão de pessoas não têm acesso a água potável; 2,7 bilhões moram em casas sem saneamento básico; 104 milhões de crianças em idade escolar estão fora da sala de aula. Ufa! É de tirar o fôlego de qualquer um e provoca uma reflexão sobre o que, afinal, essa tal de globalização está significando para um mundo mais justo, mais equilibrado. A resposta está no próprio Relatório de Desenvolvimento Humano 2004, a ser oficialmente anunciado hoje em vários países: o que mais chama a atenção, frisam seus analistas, não são as carências em si, mas "o ritmo de diminuição" delas. A coisa está feia e não anda, ou anda muito devagar. Às vezes, até recua. Entre os 33 países da América Latina e do Caribe, há passos positivos para diminuir a fome e a mort

Avanço tímido na era FHC põe Brasil em 72º em desenvolvimento humano

A era FHC produziu um tímido progresso no desenvolvimento humano do Brasil. É a conclusão inescapável que emerge do IDH-2004, primeiro Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas que permite a radiografia completa dos oito anos de gestão Fernando Henrique Cardoso. Como os dados utilizados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) têm um atraso de dois anos, o IDH-2004 usa estatísticas de 2002, o ano em que terminou o segundo governo de FHC, que tomara posse, pela primeira vez, em 1995. É preciso, em todo o caso, tomar muito cuidado na comparação entre os indicadores da ONU para 1995 e os de 2002 -várias mudanças de metodologia e a inclusão de outros países no ranking podem distorcer a avaliação. Uma avaliação de má-fé diria que o desenvolvimento humano retrocedeu no Brasil no período "tucano", na medida em que, em 1995, o Brasil era o 68º classificado no IDH e caiu para o 72º em 2002. Má-fé porque a queda não significa retrocesso nos indicadores

Brasil perde sete posições no ranking de desenvolvimento humano

O Brasil perdeu sete posições no ranking mundial de desenvolvimento humano preparado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) devido principalmente a uma queda na taxa de alfabetização do país. Segundo o Relatório sobre Desenvolvimento Humano 2004, apresentado em Bruxelas, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, foi de 0,775, dois centésimos abaixo do registrado no relatório anterior, de 0,777. O IDH é um indicador composto que avalia os avanços de cada país em três aspectos fundamentais: esperança de vida, educação e Produto Interno Bruto (PIB) per capita, mas também leva em conta outros dados, como a distribuição da riqueza e a desigualdade entre os gêneros. A diminuição na pontuação no IDH fez com que o Brasil caísse no ranking mundial de desenvolvimento e estivesse este ano na posição de número 72, quando no ano passado o país havia ficado em 65º. O PNUD divide os países em três grandes grupos em relação a seu grau de desenvol

Fundos rendem 4 vezes mais que produção

"Aplicação financeira supera o retorno da atividade produtiva no país e está sujeita a carga menor de tributos" Uma aplicação conservadora no mercado financeiro rendeu, nos últimos nove anos, quatro vezes mais do que o investimento produtivo no país, além de ter pago muito menos impostos. Sobre a produção incidem até 61 tributos. Se uma empresa decide fazer uma aplicação de prazo inferior a 30 dias, arca com apenas seis. Estudo aponta que, de 17 setores pesquisados entre 1995 e 2003, todos tiveram rentabilidade média anual inferior à dos fundos DI. No período, as empresas de capital aberto não-financeiras alcançaram 3,6% de retorno, contra 18,3% proporcionados pela aplicação financeira. Já uma simulação feita pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) para a Folha, com base nos balanços de duas grandes companhias, mostra que o imposto pago em cinco anos chegou a 889% do lucro acumulado em um dos casos. No mercado financeiro, teriam desembolsado 36,6% sob

Só 7,3% dos brasileiros com mais de 25 anos cursaram faculdade

Para o MEC, número é muito baixo; Distrito Federal tem o maior índice, com 15,9% Lisandra Paraguassú escreve para “O Estado de SP”: Na teoria, pessoas com mais de 25 anos deveriam estar terminando o ensino superior. No Brasil, a prática está muito longe disso. Dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que apenas 7,3% dos brasileiros acima dessa faixa etária já fizeram faculdade. A maioria ainda está no ensino básico. "É muito baixo (o índice). países como a Argentina e o Chile têm de três a quatro vezes mais jovens matriculados no ensino superior que o Brasil", disse o presidente do Inep, Eliezer Pacheco. A taxa de matrículas no país entre jovens de 18 a 24 anos é de 9%. O número de pessoas com mais de 25 anos estudando vem crescendo, mas ainda no ensino fundamental e básico e no Ensino de Jovens e Adultos (Eja), o antigo supletivo. Os alunos desses níveis de ensino eram 2,59 milhões em 1999 e chegam ho